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Foto do escritor Ingrid Osternack

Como tudo começou...


Dias atrás eu estava falando em começos... e ontem, dando uma arrumada no meu atelier, achei uma porção de trabalhos antigos.


Como acabei um trabalho há alguns dias, e geralmente meu atelier fica uma bagunça, sempre que termino um projeto dou uma arrumadinha. E dessa vez fiquei bem contente em encontrar alguns trabalhos que eu havia feito há bastante tempo, e pude constatar que aprendi bastante ao longo dos anos.


Se você está começando agora, vai achar que tem que saber tudo de uma vez. Que precisa começar a ilustrar e já saber tudo sobre a área, sobre os materiais, sobre as técnicas, sobre a parte de business... Sempre temos essa tendência de achar que tudo tem que ser imediato. Dizem que isso acontece por causa da internet, da velocidade de hoje em dia. Se é fato, não sei, mas sei que o ser humano é um pouco impaciente por natureza.


Mas como sempre digo, se um bebê demora 9 meses pra nascer, e mais não sei quanto tempo só para começar a falar e andar, por que achamos que vamos dominar algo da noite para o dia?


Acima coloco um exemplo. Na imagem, coloquei alguns trabalhos que fiz bem antes de me formar. Um deles, do casal tomando chá, à esquerda, fiz há muitos anos. Mais de vinte anos atrás... Escrevi uma história, ilustrei com caneta Bic e lápis de cor, e mandei para uma editora. Fico feliz que, mesmo tendo sido recusado, não tenham destruído, mas me devolvido, pois agora tenho uma recordação da minha primeira tentativa na área da literatura. Vejam como foi um trabalho até ingênuo, pois não tinha técnica nem nada. E me surpreendo da minha ousadia na época.


No meio, três trabalhos que fiz na faculdade. Já estão um pouquinho melhores. Três propostas de trabalho para meu curso de desenho. Uma colagem, uma ilustração a lápis de cor e uma técnica mista, onde misturo colagem e lápis aquarelável. Lembro que nem lápis de cor eu tinha, e ganhei uma caixa de lápis já usados.


Por fim, após estar formada, mais uma vez escrevi uma história e ilustrei (à direita). Os traços ainda eram bem inseguros, mas mesmo assim me aventurei.


Talvez a gente pense, logo de início, que nosso traço não é tão bom e desista rapidamente. Talvez achemos que não temos talento e que deveríamos tentar algum trabalho "mais lucrativo". Talvez as pessoas nos achem sonhadores... Mas o que realmente importa é que a gente não desista. Ao longo do tempo vamos nos desenvolvendo e aprimorando nosso trabalho.


Ilustração do livro "A Nuvem Pipoca", a ser lançado em outubro

Eu olho o que fiz há tantos anos e penso: nossa, meus desenhos não eram bons, eu não tinha material, eu não tinha técnica... Mas hoje, com quase 20 livros publicados, fico feliz e agradecida por não ter desistido. Por ter continuado a buscar aprimoramento, por ter persistido. Se eu tivesse olhado para aquele primeiro trabalho, e pensado que não tinha jeito para a coisa, hoje talvez estivesse trabalhando em outra área, e meu sonho de ser ilustradora estaria ainda na gaveta... talvez até já tivesse ido para o lixo.


Hoje trabalho com o que gosto e percebo que, qualquer um que tenha o mesmo sonho, pode também ser bem sucedido.


Se você é aspirante a ilustrador, ou está iniciando, e as coisas estão difíceis, continue buscando aprimoramento, pratique bastante, que uma hora você chega lá.

E se você que já está no mercado de trabalho, em outra área, e acha que já passou da hora, saiba que nunca é tarde para recomeçar. Também sou prova disso. :-)


Bom final de semana!

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