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Foto do escritor Ingrid Osternack

Ilustração é essencial


 

É um fato que, uma área que não pode prescindir da ilustração são os livros infantis.


E é principalmente nessa área que eu atuo, por isso decidi escrever um pouco sobre isso também.


Às vezes surgem questionamentos sobre os livros infantis, se são necessários tantos livros, se vão perdurar no tempo, se os de hoje são melhores que os de antigamente... Como o número de publicações cresceu exponencialmente, há muitas críticas e dúvidas sobre a qualidade da literatura infantil.


A verdade é que sempre houve coisa boa e coisa “nem tanto”. Em todas as épocas houve alguém que pensava diferente, às vezes sendo até à frente do seu tempo, e outras publicações que geraram críticas e morreram depois de um certo período. Alguns clássicos tem seu público até hoje, como Cecília Meirelles, uma das minhas preferidas, presença constante nos meus livros didáticos de infância. Posso dizer que me influenciou bastante.


Os livros infantis são muito importantes para o desenvolvimento da criança. É através deles que elas entram em mundos imaginários, e com o qual conseguem “entender” o mundo real. Como leio muito, gosto de livros de ficção que me dão insights sobre a vida, sobre desenvolvimento do personagem, como ele ou ela lidou com seus problemas e quais estratégias utilizou para vencer aqueles obstáculos que o impediam de chegar ao seu objetivo.


E, embora não devamos nos limitar a isso, acho que histórias assim ajudam o pequeno leitor a compreender melhor o mundo, como vencer os seus pequenos obstáculos, como lidar com problemas do universo infantil. Particularmente, esse tipo de história é uma preferência minha. Gosto também de livros que, apesar de dar dicas sobre algo durante o livro, me surpreendem no fim do livro. 


Outro ponto importante do livro infantil é que ele ajuda a criança a entender outros pontos de vista, abrir o seu leque de possibilidades, conhecer outras realidades. Também apresenta a linguagem escrita e o quão importante ela é para o mundo. A criança que lê tem muito mais possibilidades e oportunidades na vida.


Mas a leitura não tem como objetivo só ensinar, mas também ser motivo de prazer, entretenimento, entre outros. Há algum tempo eu fiz a ilustração abaixo, para mostrar que o livro não é um mero objeto e que possibilita experiências para o leitor. Somos seres humanos, e adoramos uma história. Quem nunca foi a alguma palestra e no fim nem lembrava do que foi falado, mas lembrava com detalhes de alguma história que o palestrante contou? As histórias nos ajudam a entender conceitos, e por isso que Jesus usava parábolas para ensinar.





As imagens falam - realmente - mais que mil palavras. É fato que uma imagem mostra muito além, impacta muito mais. A imagem é essencial na comunicação. É impossível, a meu ver, descrever algo e todo mundo visualizar do mesmo modo. Mas com a imagem, temos uma ideia melhor do que, quem conta, quer dizer.


O livro infantil possibilita a apresentação de outros mundos à criança. Muitas crianças só vão conhecer outros lugares e culturas através do livro. E o livro infantil é o primeiro passo em direção a esse interesse. O livro incita a curiosidade, apresenta palavras novas, auxilia a comunicação entre pais e filhos, ensina atitudes e auxilia a criança a questionar sobre assuntos que ela tem curiosidade. Com diz na imagem que criei: o livro proporciona aventuras, diversão, fantasia, entretenimento, romance, emoção, conhecimento... apresenta outras culturas, novas ideias, diverte, ensina, capacita, transformação de vidas...


Às vezes uma editora deseja atingir um determinado público alvo, ou lançar um livro sobre um tema que é atual, e isso acaba levando a uma certa moda na temática. Vejam os livros de colorir, por exemplo, que bombaram há um tempo atrás. Todo mundo queria publicar algo do gênero e foi uma febre. Mas há editoras que tem sua própria linha editorial e que prefere se manter nela. Algumas editoras preferem livros que tenham conteúdo educacional, mas que não são didáticos. São livros paradidáticos, que auxiliam no aprendizado.


Quem geralmente define a compra são os adultos, portanto o livro tem que ser atraente não somente ao público infantil. Ultimamente, como as crianças não tem mais tanta possibilidade de se divertir nas ruas, em parques, e com outras crianças, devido aos tempos modernos, alguns pais preferem livros que a criança goste bastante e ocupe o tempo dela de modo educativo. Afinal, os pais querem o melhor para seus filhos e não tem interesse que a criança fique o dia todo assistindo tv ou na internet. Por isso, se um livro interessa bastante a uma criança, e o conteúdo é agradável aos pais, as chances de sucesso são maiores.


Embora alguns escritores defendam que as crianças tem que ler além daquilo que é considerado ‘seguro’ e ‘conservador’, percebo que há uma grande, forte mesmo, tendência dos pais adquirirem livros que não tenham assuntos polêmicos e que os filhos possam ler sem supervisão. Como alguns não tem tempo de pesquisar quais livros estão de acordo com o que acreditam, muitos preferem delegar, o que alavancou a demanda por empresas que vendem pacotes de livros, enviando todo mês um ou mais exemplares, todos já analisados e aprovados por especialistas em literatura infantil.


Isso é muito conveniente, não só pelo fato de facilitar a vida dos pais, mas também porque enviam livros que às vezes não se encontram em grandes livrarias, ou que estão tão escondidos nas prateleiras que não é possível imaginar que sequer existam.


Dito tudo isso, se alguém deseja publicar um livro, pode se beneficiar das tendências e aproveitar para escrever sobre algo que seja comercializável. É claro que existem escritores que não desejam se ‘moldar’ por esses padrões, e querem ser ouvidos, não importa se agradam ou não aos leitores (ou pais deles). São escolhas distintas e há quem encontre editores que estejam dispostos a publicar histórias que saiam dos padrões. Algumas, como a sueca Pippi Meialonga, foi um choque cultural para a época. Hoje, já adaptada, virou um sucesso mundial.


A verdade é que nunca se sabe o que vai ser um sucesso ou não. Depende de uma série de fatores e também de muita divulgação. A história pode ser ótima mas as crianças podem vir a não se conectar com as ilustrações. Ou as ilustrações podem ser um sucesso mas a história não prender a atenção da criança. Ou ambas são ótimas, mas a época de lançamento não ser a mais adequada. Ou até mesmo o livro ser maravilhoso e acabar esquecido no depósito da editora porque o escritor não é tão famoso ou carismático e ninguém se interessa pelo livro dele.


Enfim, a leitura de um livro infantil é mais que um momento em que você está passando os olhos por palavras e figuras. Entre pais e filhos, é um momento de troca de experiências, de se conhecer mais profundamente, de auxiliar a criança e lidar com os próprios problemas e inquietações. E é uma oportunidade maravilhosa de iniciar um hábito para a vida toda. :-)

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