Todo ilustrador, mesmo os mais experientes, tem uma certa inércia para começar uma ilustração.
O que devo desenhar?
Como fazer essa composição?
Como será o personagem?
Que tipo de cenário é o mais adequado?
Que tipo de enquadramento eu apresento?
O que é mais importante evidenciar?
O que o escritor pensou ao fazer isso?
Essas são apenas algumas dúvidas sobre o assunto, as escolhas são muitas e quem deve definir isso, em muitos casos, é o ilustrador.
Parece um trabalho fácil, mas ilustrar demanda uma série de habilidades. Não basta ter um traço bonito e pintar colorido. É necessário aprender a compor, conhecer o básico de perspectiva, teoria das cores, entre outros aspectos.
Tudo isso faz com que tenhamos um certo medo ao começar. É é bem nessa hora que surge o famoso medo do papel em branco, afinal, o ilustrador cria algo praticamente do nada. Então, aí vem a procrastinação que, até mesmo de modo sutil e subjetivo, pode vir a prejudicar o seu rendimento e muitas vezes o seu desenvolvimento.
O medo do papel em branco nada mais é, na minha opinião, que o receio de ser desaprovado pelos outros ao apresentar o seu trabalho. Quando muita gente elogia, criamos confiança no que fazemos, recebemos aprovação social daquilo que fazemos. Mas quando estamos começando e não temos ainda uma reputação profissional, seja diante dos outros, seja para nós mesmos, podemos nos sentir perdidos quando temos que iniciar um trabalho.
Entretanto, uma das formas para evitar esse medo é pensar que todos cometem erros. E se cometemos um erro, e não pudermos consertar, basta pensar que é só uma folha de papel e um pouco de tinta. Aí você pode argumentar: “ah, mas eu gastei horas nisso!” - Pode ser, mas foi um aprendizado. E esse aprendizado – mesmo com um resultado diferente do que você esperava - poderá poupar muitas horas do seu tempo no futuro. Embora resultados que não apreciamos e imprevistos nos deixem frustrados, também nos ensinam a sair de nossa zona de conforto. Quantas vezes um imprevisto não gerou uma nova ideia? Quantas invenções que hoje utilizamos não foram fruto de imprevistos e resultados inesperados
Ao se defrontar com esse medo de começar, pense: o medo não impede o erro, só impede o seu desenvolvimento.
Portanto, se existe erro, o maior erro é ter medo de começar.
Oi, Suzi! Interessante! Gostei também que ela enfatiza em começar com passos pequenos. Eu faço isso pra TUDO, e acho que até já escrevi sobre isso aqui no meu blog... :-) Quando algo me parece muito grande, eu divido e faço um pouco a cada dia. Se pensarmos bem, no fim de um ano, serão 365 pequenos passos que podem me levar a um grande resultado, né?
Quanto à ansiedade, acho que temos que pensar no que de pior pode acontecer e nos prepararmos. E só de imaginar isso, vamos perceber que o que pode acontecer 'de ruim' é muito pequeno comparado ao que 'de bom' pode acontecer.
Às vezes não produzimos algo porque sentimos que, se nem todos gostarem…
Oi, Lia! Obrigada pelo comentário! Concordo com você. Pior do que tentar e falhar é não tentar e ficar sempre no mesmo lugar, né?. :-)
Escuta que bacana esta palestra, Ingrid. Acho que tem muito em comum com o seu post. A Amena Brown defende o "procastinar" como parte do processo criativo, um certo tempo de amadurecimento das ideias. Adorei! https://creativemornings.com/talks/amena-brown/1?utm_source=CreativeMornings+Onboarding&utm_campaign=233a1e37f9-IND%3ATalks&utm_medium=email&utm_term=0_141c71e8a1-233a1e37f9-327499452&mc_cid=233a1e37f9&mc_eid=3f4b3942e1
Entendo cada palavra. Acho que para tudo na vida, temos de superar o medo de ser desacreditado por nós mesmos ou pelas pessoas ao redor.